domingo, 7 de junho de 2015

Dá Vinte. Dá Trinta...



Bom, nestas últimas semanas, aqui no Rio, pipocou a notícia do fechamento da livraria Leonardo da Vinci. Não entrarei no lugar comum de falar que a leitura anda morta e que a sepultamos na cidade. Vou me dedicar a algo que sempre associei com a loja e a seu nome: um luxo. Sim, isso mesmo algo do qual eu poderia viver sem.

Peguei a pensar nisso agora, pois o que mais me atrai na distinta, é o prazer de me deparar com as inusitadas e lindas obras importadas. Daquelas que não precisamos, mas que queremos pelo simples prazer de ter. Lembro bem de passear pela filial que tinha no Shopping da Gávea, próximo a PUC. Matar o tempo era me matar um pouco também, palpitações de querer isso ou aquilo.
Algo do qual nunca esqueci, foi uma ocasião nessa mesma filial, onde uma amiga comprou um livro inglês sobre a obra de William Shakespeare. Não era nada grande, mas para um bom aficionado, como ela é, guardava muitas coisas a serem descobertas. Por que fiquei com isso na lembrança? Não sei, talvez pelo livro em si.
Não me lembro quando, mas fui privada daquela loja, fechada já fazem alguns muitos anos. Salvo engano, eu ainda não estava formada, o que lá se vão mais de dez anos nessa brincadeira. E agora, a matriz parece seguir o mesmo destino.
Engraçado é que apenas na loja que está para ser fechada é que eu vim a comprar algo. Não me recordo porque comprei lá, mas foram duas obras de História - ainda as tenho, dificilmente irei me desfazer. Doía-me, como ainda dói, o fato de que é uma loja cara e que nem sempre poderia me rejubilar em faustosa compra.
Eu costumava trabalhar num escritório na Rua México, que fica atrás da Av. Rio Branco (onde se localiza a loja), e as vezes durante o meu almoço, ia passear no subsolo em que a loja está. Mas algumas vezes, em razão da pomposidade da loja, entrava para xeretar mais no Berinjela, o sebo que fica de frente, e não na Leonardo.

A última vez em que pensei em comprar algo lá, livros para uma prova de mestrado, levei um susto diante da comparação entre o preço deles e a pesquisa feita em lojas on line. Agradeci e saí da loja.

Segunda-feira passada estive na galeria em que ela fica, pura curiosidade, acho que nunca a vi tão cheia.
Na sua vitrine anunciava os descontos. Não critico, se tivesse dinheiro também estaria ali a olhar e, muito provavelmente, a comprar como os outros. Quem não procura por sua oportunidades?

Um comentário:

  1. Putz, escrevi um post enorme e deu pau ;_;
    Deixa eu ver se lembro direitinho o que escrevi...

    Acho super complicado, sabe? Em plena era ASC (Amazon-Submarino-Cia dos Livros, o trio que vende livros baratérrimos) as livrarias de Gothan, ops, quero dizer, do Rio continuarem com a mentalidade de 15 anos atrás: livros caros, pq quem compra livro é rico. Logo, vamos ficar perto dos ricos.
    Aí um livro que é vendido por 20 reais na banca de jornal ou numa livraria na Tijuca é vendido por 45 na livraria no centro ou em copacabana.
    Fora a ideia torta de que só querer vender livro cult. O que é mais vantajoso? Vender 100 cinquenta tons e 10 Dom Casmurros (este por 30 reais cada) ou vender 5 Dom Casmurros (por 40 ou 50 reais)??
    Dono de livraria pode até ter preferência de vendas, mas tem que se ligar que livro cult, livro clássico, livro considerado """bom""" não é o que mais vende, dependendo do lugar. As pessoas (gostando ou não de livro """bom""") também querem ler """porcaria""", querem colorir, querem um Destrua Esse Diário. Ficar com a postura pseudo-intelectual do "isso eu não vendo" é decretar falência antecipada.

    Ainda mais em Gothan, quero dizer, no Rio, com aluguéis comerciais absurdos, com bancas de jornal e sebos mil e com frete grátis no submarino de semana em semana!

    Adorei o texto, flor!
    Beijocas

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