sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Eu, feminista

Você atira em mim, mas eu não caio.

Há alguns domingos atrás, mais precisamente no dia 20 de setembro de 2015, escrevi um texto de cunho feminista: Não podem nos segurar. Eu fiz porque resolvi me posicionar como mulher e como nerd, jogadora de RPG. Fui dessas que até a um tempo atrás dizia que a experiência na comunidade fora sempre positiva e que, portanto, meu ingresso no movimento de mulheres dentro do meio nerd/geek era para apoio as minhas colegas.

Não há uma lente cor de rosa de coisas boas que afaste a experiência de outras meninas, no qual a sua mera presença torna-se uma 'ameaça' ao equilíbrio da mesa e do emocional precário dos demais colegas homens do grupo, pelo simples fato de ser mulher. Se você não se posiciona em apoio a quem sofre o problema, a vítima, estará por consequência direta do lado de quem fez o mal.
Do início do ano para cá, eu fui envolvida em relatos que parecem saídos de uma mente doentia – de uma não, várias. Não são poucos relatos, e eu vi que era a exceção, não a regra do meio. Desde pequenos desconfortos a atos de efetivo assédio físico e moral.
Comecei a notar que eu tinha que me manifestar a partir daí, antes não tinha me posicionado. Passei a ler relatos, a acompanhar grupos e discussões. Aprofundar-me nos problemas de colegas dentro da comunidade como um todo. Ter de me segurar para fingir manter a discussão num nível determinado de 'cordialidade' para não desconsiderarem meus argumentos - apesar que, por ser mulher, isso acaba sempre estando implícito. Se alguém tivesse me dito que do ano passado para cá, eu estaria nessa, ficaria um tanto quanto surpresa. Para não dizer que chamaria a pessoa de maluca.
E digo mais, é como se sempre tivesse feito parte da minha vida. Não se engane, como mulher, faz parte sim, as minhas experiências dão conta disso. Os textos das teóricas fazem parte, e conforme as coisas se encaixam e evoluem, elas também vão fazendo parte do meu mundo.
Eu, com toda a certeza, não tenho respostas. Eu tenho algumas opiniões, achismos e muitas dúvidas ainda. Feminismo é construção, é vivência. A cada dia formo um pouco mais o que me vai na cabeça. Academicismo também faz parte, mas não é todo. Nós somos o todo e na hora que descobrirmos isso, as coisas irão mudar.
Aqui é apenas uma introdução permeada de algumas inquietações. Espero poder fazer desse pequeno espaço uma constante e dividir com vocês o que eu penso a respeito de tudo dentro desse espectro de luta.
Quem não se posiciona, está a favor da opressão.
Pensem, contestem e opinem.

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