domingo, 9 de agosto de 2015

Meu herói, meu bandido

Simplesmente não me recordo o dia dos pais do ano passado. Não sei o que fiz, ou o que provavelmente deixei de fazer. Foi o primeiro sem ter reclamação porque demorei a ligar, ou porque ao invés de ligar, mandei e-mail. Pior do que isso, não me recordo o de 2013.
O ano passado foi um ano de mudança e um ano muito, muito, muito estranho. Começou no final de 2013, que já não tinha sido lá essas coisas, e se instalou de vez em janeiro. Que mês péssimo: depois de ter perdido meus dois empregos, perdi meu pai. Quer dizer, perdi, sem perder, pois acho que agora penso e converso muito mais com ele. Quase todos os dias.
Ao mesmo tempo, eu me sinto perdida. Lembro do meu aniversário. Lembro de ter no dia 20 de cada mês também pensado nele, bem como, no dia do aniversário dele. Porém, o ano em si parece um grande apagão. As coisas ou foram muito lentas, ou muito rápidas.
E fico pensando nessa profusão de coisas. Esses muitos anúncios que tem aqui e ali sobre o famigerado dia dos pais. Promoção disso e daquilo, comercial assim ou assado...
Procurei saber a respeito da data, e pouco estava enganada, criada para aumentar as vendas. Eminentemente comercial, como quase todas as datas comemorativas que temos. Entretanto, o mais triste, não é isso, e sim o quanto estou irritada de ver tantas pessoas falando nisso. É o dia deles, agora do pai dos outros. Não mais do meu.
Será que eu posso pedir que as pessoas usem um aviso de gatilho a respeito do tema? Ou é só coisa da minha cabeça ainda tão apegada?

Gostaria de não me deter tanto no dia de hoje, mas sei que isso não será possível.

Um comentário:

  1. Sei bem o que é isso, apesar da minha perda ter sido em 1987, eu na casa dos 10 anos passei a não ter mais aquele pilar na minha vida, aquele exemplo, aquela imagem alí do lado a me servir de exemplo... acho que o resultado de ter perdido meu pai tão sedo, é que hoje vejo figuras paternais em muitos homens que me servem de exemplo, de amigos a ídolos da literatura, acadêmia e hobby.

    Acho que temos um tendência, nada natural, mas hoje considerada natural a crítica. Transformamos esses dias de festividade e comemoração em alvo para nossas frustrações ou os reconhecemos como "alvos" para as críticas que incorporamos aos nossos referenciais, eu particularmente não gosto também do apelo comercial que é depositado sobre essas datas, mas nunca, eu nunca esqueço o sentido real e original delas, celebrar a vida e companhia daqueles que amamos.

    Vejo o dia dos pais, dia das mães, dia dos namorados muito mais do que datas comerciais para explorar os presentes, lembranças e refeições caras, são dias para celebrar a vida ao lado de quem se ama, não que ela não seja celebrada sempre, mas esses são dias festivos onde o presente não importa, a refeição não importa apenas o momento importa, e da vida a única coisa que levamos são os momentos. Desculpa o texto longo! :-) ótimo post, como sempre, cheio de sensibilidade e reflexão.

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